Num contexto altamente competitivo e mutável, como é a sociedade atual, um dos maiores desafios que se coloca às organizações, é saber liderar e motivar os seus recursos humanos, levando-os a atingir elevados padrões de comprometimento e desempenho organizacional. Assumindo que a competitividade das empresas depende em grande parte dos seus recursos humanos, da cooperação e da colaboração internas, torna-se uma questão vital para qualquer organização, motivar as pessoas, fazê-las sentirem-se confiantes e implicadas na dinâmica, para alcançar os objetivos propostos e o sucesso organizacional.
Na verdade, liderar é a capacidade para atingir resultados através da influência, inspiração e motivação que se consegue provocar nas pessoas, ou seja, o saber prever, decidir e organizar, de forma a habilitar os outros, a contribuírem para a eficácia e o sucesso das organizações onde trabalham.
O líder tem de ser sensível aos problemas dos outros, preocupando-se genuinamente com as pessoas da sua equipa, quanto ao modo como estas executam as tarefas e ao seu bem-estar e motivação lidando com as pessoas como seres humanos e não como máquinas. Não se trata de deixar de ter como prioridade a realização de ações e como objetivo desenvolver a organização e obter resultados, trata-se de o conseguir de outra maneira, porventura de o conseguir ainda com melhores resultados. Em poucas palavras, um bom líder deve saber orientar quer a tarefa quer as pessoas, sem esquecer que uma e a outra estão intimamente ligadas.
Entre a vasta literatura existente, no que concerne aos estilos de liderança e de acordo com Goleman, Boyatzis & Mckee, os melhores líderes agem de acordo com um ou mais, dos seis estilos de liderança, mudando de um estilo para outro, conforme as circunstâncias. O líder visionário, por exemplo, atua como forma de mobilizar as pessoas em torno da sua visão porque possui grande autoconfiança, empatia e sabe catalisar a mudança pelo que a sua eficácia verifica-se mais em situações que exijam uma nova visão ou uma direção firme e sem ambiguidades. Este tipo de liderança traça um caminho, mas não coarta a liberdade dos seus colaboradores e a assunção de riscos.
O líder relacional cria harmonia e constrói laços emocionais, colocando as pessoas em primeiro lugar sendo também empático e focado no relacionamento e na comunicação, estilo sobretudo adequado para resolver conflitos na equipa ou para motivar as pessoas em períodos de stress, tendo um efeito altamente positivo na comunicação porque os colaboradores são incentivados a partilhar as ideias e a inspiração. A flexibilidade é também uma das características desta liderança uma vez que o líder não impõe regras rígidas de atuação concedendo o grau de liberdade necessário para trabalharem da forma que considerarem mais eficaz.
O líder democrático caracteriza-se essencialmente pela orientação e apoio esforço a toda a equipa considerando esta o centro das decisões. Este tipo de liderança fomenta o bom relacionamento e a estima entre a equipa, originando um ritmo de trabalho progressivo e seguro. Toda a equipa participa nas decisões sobre a distribuição das tarefas e na planificação das medidas e práticas necessárias para alcançar os objectivos.
No caso do estilo pressionador, o líder impõe elevados padrões de desempenho aos colaboradores, exigindo a execução imediata das suas ordens ou recomendações. Este estilo de liderança surte feitos positivos quando se pretendem resultados rápidos de uma equipa que possui elementos competentes e motivados. Este líder gosta de dar o exemplo e exige de si próprio e dos outros elevados níveis de desempenho, de modo a fazerem cada vez mais e melhor.
Finalmente, o estilo dirigista exige concordância imediata e orientação para a consecução de objetivos mas impede a geração de ideias na sua equipa, provocando uma evaporação do sentido de responsabilidade e perda de iniciativa da maioria dos colaboradores. O estilo dirigista belisca o orgulho, destrói a motivação das pessoas, diminui o envolvimento e pode levar as pessoas a abandonarem o seu emprego.
Cada um destes diferentes estilos de liderança, a minha preferência vai totalmente para a simbiose virtuosa entre o estilo visionário e o estilo democrático por força da imbatível conjugação dos predicados de ambas, de que homens como Jeff Bezos, Ingvar Kamprad ou Belmiro de Azevedo são notáveis exemplos e com resultados que falam por si sem precisar de qualquer ornamento retórico. É por aí.